Por: Luiz Fernandes
No último dia 11, segunda-feira, o Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUC-Minas recebeu a renomada professora Maria Cristina Palma Mungioli, livre-docente do Departamento de Comunicação e Arte da Escola de Comunicação e Arte da Universidade de São Paulo (USP), para ministrar a aula inaugural do primeiro semestre de 2024.
Com o tema “Séries Ficcionais Brasileiras no Contexto da Internacionalização e da Transnacionalização de Conteúdo”, a palestra proporcionou uma análise profunda dos novos paradigmas de distribuição, produção e recepção audiovisual, destacando o papel das plataformas de streaming Netflix e Globoplay. Mungioli ressaltou como essas plataformas estão remodelando o cenário audiovisual brasileiro, tanto através da produção de conteúdo original quanto pelo licenciamento de títulos e seriados originalmente concebidos para a televisão.
O início da discussão remontou ao ano de 2010, quando a Netflix se estabeleceu como pioneira no campo do streaming. Hoje, cerca de 5% do público global da Netflix é brasileiro, evidenciando sua dimensão como uma rede de alcance global. Notavelmente, 45% das produções da Netflix são em inglês, enquanto 30% são em outros idiomas, incluindo o português brasileiro.
A análise também abordou o impacto do esporte no cenário audiovisual, bem como os números de audiência que ainda mantêm a televisão aberta como uma força dominante, apesar do crescimento do streaming. Essa discrepância entre os dois meios pode ser um dos motivos pelos quais as plataformas de streaming estão cada vez mais investindo em programação ao vivo.
A conversa também mergulhou na importância das telenovelas brasileiras como um fenômeno cultural e de entretenimento que transcende fronteiras. A riqueza das discussões proporcionou uma compreensão mais profunda das dinâmicas em constante evolução do cenário audiovisual brasileiro.
Com isso, a aula inaugural do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUC-Minas não apenas ofereceu insights valiosos sobre as transformações na produção audiovisual brasileira, mas também abriu espaço para reflexões sobre o papel das novas tecnologias e plataformas na construção de narrativas culturais globais.